Como uma das maiores indústrias do mundo, muitos países em desenvolvimento abraçaram a indústria do turismo como um meio de atingir objetivos de geração de empregos e aumento da renda, entre eles o Brasil.
Benefícios da parceria entre os setores
Embora o turismo seja apenas uma das diversas tendências econômicas que influenciam a produção agrícola, as ligações entre o setor agropecuário e do turismo oferecem oportunidades importantes para o desenvolvimento de ambos os setores e das comunidades locais. O turismo impacta sobre o tipo de agricultura, de alimentos específicos a se produzir e sobre a abrangência dos mercados e a escala de comercialização a alcançar. O estabelecimento de vínculos entre os dois setores permite a utilização da capacidade da indústria do turismo de diversificar as economias agrícolas regionais; estimular o empreendedorismo local; catalisar investimentos e consequentemente, promover o desenvolvimento sócio econômico e ambiental das comunidades locais e regiões.
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Cresce a busca por destinos rurais ou pela paisagem rural, multiplicando-se as modalidades ou os segmentos do turismo nas regiões rurais: turismo rural ou agroturismo, ecoturismo de aventura, de gastronomia, de vinho, de pesca e outros nichos agrícolas de tradição, especializados para o turismo, como o Circuito das Frutas em SãoPaulo. http://www.explorevale.com.brehttp://www.circuitodasfrutas.com.br.
Que ligações sinérgicas poderão ser geradas entre o setor agropecuário e o setor turístico, considerando as tendências globais de consumo de alimentos, férias, bem-estar e lazer?
Muitas são as vertentes de diversificação e diferenciação que ligam naturalmente o agronegócio às atividades do turismo, tanto para alimentos in natura, como beneficiados e processados com alto valor agregado, orgânicos e com certificados de origem para diversos mercados turísticos, do local ao internacional, como exemplo da cachaça, “um produto genuinamente brasileiro!”. Assim como essas, muitas outras oportunidades podem ser exploradas dentro da diversidade das nossas potencialidades e identidades alimentares e gastronômicas.
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Tendências do padrão de consumo demandarão mudanças no agronegócio e no turismo
Neste contexto, muitos serão os impactos e as oportunidades geradas em função do impulso turístico antes e durante a copa de 2014 e dos jogos olímpicos de 2016 para os diversos setores da economia brasileira, entre eles para o setor agrícola, com a chegada de milhões de visitantes, consumidores e compradores.
Contudo, para além destes eventos, tendências e mudanças nos padrões de consumo e comportamento globais em relação a alimentos, a viagens e ao lazer, ao meio ambiente natural e sócio cultural, entre outras mudanças, vêm demandando das organizações novas abordagens produtivas, gerenciais e mercadológicas, remodelando as empresas.
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Isso promoverá muitas oportunidades para ambos os setores, para produtores rurais, empreendedores do agronegócio, de pequeno ou grande porte e, para o setor turístico, isto é, para aqueles empreendedores que identificarem essas mudanças e suas exigências e ousarem inovar, mudar, e assim modificar os paradigmas nas suas atividades e nos processos de produção, gestão e comercialização.
Quais desafios devem ser superados?
Produtos com valor agregado e com certificados de origem alcançam melhores mercados, preços e lucratividade. Aqui neste ponto, tratamos de um “breakingpoint” (ponto de ruptura) do setor, um momento que exige uma mudança no paradigma da gestão do negócio agropecuário. O mercado exigente está em acelerada expansão e suas exigências atingem toda cadeia produtiva agrícola e turística, da produção certificada e/ou agroindustrializada até o consumidor final.
Não temos tempo a perder! Para muitos já é hora de mudar!
Contudo, há desafios que deverão ser enfrentados para a criação de ligações e sinergias sustentáveis entre os produtos agrícolas e a indústria do turismo, que vai até o céu com o serviço de alimentação nas aeronaves.
Os agricultores devem superar as visões tradicionais da sua atuação na agricultura, mudando-a por uma visão empresarial, desenvolvendo diferentes competências e habilidades gerenciais impulsionadas por uma compreensão das tendências do mercado, comportamento do consumidor, atitudes de consumo e preferências dos consumidores.
Além disso, devem participar de alianças estratégicas com o objetivo de produzir para o setor turístico e para o segmento do turismo rural local; devem desenvolver commodities (produtos sem qualquer valor agregado). Quando possível, a atividade turística na sua propriedade, diversificando suas entradas, gerando mais emprego, trabalho e renda localmente.
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Questões estratégicas de mercado devem ser cuidadas para que as ligações surtem efeitos e resultados econômicos. Destacam-se as seguintes estratégias: o aspecto da sazonalidade dos produtos agrícolas aliada à promoção turística de eventos, inclusive promoção turística governamental; a promoção dos produtos agrícolas junto ao mercado turístico, buscando ofertar aquilo que o mercado deseja; a cooperação entre os produtores para reduzir custos, fomentar e criar mercados, facilitar o desenvolvimento dos negócios; e a estratégia com o cuidado exagerado com a qualidade dos produtos, que se liga ao tema da questão ambiental.
Os destinos ou zonas turísticas rurais ou não, que buscam criar e fortalecer vínculos econômicos com a agricultura, avaliarão a capacidade do setor agrícola e suas organizações locais de serem competitivos, atendendo às demandas com produtos de alta qualidade. De forma a criar, construir e manter relacionamentos duradouros e sustentáveis.
Ao comprarem produtos alimentares ou artesanais cultivados e fabricados localmente, mais dinheiro dos turistas permanece no local, preserva-se e agrega-se valor à cultura local, diversifica-se a economia da região do destino ou zona turística, divulgam-se os produtos e serviços e gera-se mais trabalho, emprego e renda. A redução das importações decorrentes do desenvolvimento da indústria do turismo em cada localidade é um fator chave no desenvolvimento de ligações sustentáveis entre estes dois setores.
Este cenário do encontro entre os segmentos turístico e do agronegócio nos sinaliza para a necessidade de mudança do paradigma da gestão do negócio agropecuário, seja na produção, no processamento ou na certificação das matérias-primas e processos, possibilitando o aproveitamento das oportunidades do exigente mercado, isto é para aqueles empreendedores que saírem na “frente”.
O empreendedor de sucesso é aquele que consegue perceber este movimento de mudança de paradigmas e sair na frente, fazendo o que tem que ser feito. As boas ondas que chegam cedo, ao nascer do sol, somente são vistas pelos madrugadores. Só as aproveitam aqueles que têm coragem para agir e mudar.
Fonte/Imagens: BOLETIM DE OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS –
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas